Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. /Caio Fernando Abreu
(ainda bem ainda bem ainda bem ainda bem)

Eu te amo

Ele olhou para ela e disse, com a voz macia, que a amava. Ficou olhando para ele, com cara de boba, meio processando a informação, meio achando que era um sonho. Sem que ele percebesse, ela beliscou o braço. E, não, não era um sonho. Suas mãos apertavam as mãos dela. Seus olhos a vigiavam e ela, nervosa, olhava para os pés.
Quando se deu conta, um silêncio constrangedor reinava na sala. Ela olhou rapidamente para cima. Seus olhos encontraram-se com os olhos dele. Sorriu, um sorriso sincero, beijou-lhe os lábios, como nunca havia feito antes. Encostou seu rosto no dele e, num sussurro, declarou-se, também.

-Eu te amo, meu amor. Eu te amo desde que você disse, naquele bar, que nunca havia sentido perfume melhor que o meu. Eu te amo desde que você me pediu um cigarro, naquela noite fria, e disse que fumava o mesmo cigarro que eu. Eu te amo desde quando, na primeira vez que andei no seu carro, tocou aquela música. A música que a gente ouve, até hoje. Eu te amo desde que soube que você gosta de carne mal passada, que você canta no banho. Eu te amo desde que vi você dormindo, aqui, aconchegado em meu corpo. Eu te amo desde que ouvi sua voz. Olhei em seus olhos. Passei as mãos em seus cabelos. Encostei minha cabeça em seus ombros. Apertei sua mão. Acordei com você ao meu lado. Eu te amo, meu amor, meio que assim, amor a primeira vista.

- Carol Nazatto

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